Carreira Sustentável – Hoje vou fazer melhor que ontem!
Dentro do mundo organizacional, encontramos alguns dilemas. Entre eles, profissionais tecnicamente em desenvolvimento e profissionais com habilidades e empatia muito destacadas, porém são ineficientes tecnicamente. Logo, na balança da gestão e no ambiente produtivo evolutivo, o que seria melhor, buscar conteúdo técnico de maneira constante ou desenvolver habilidades que te levem ao ambiente de influência?
Primeiramente, temos que mergulhar nos primórdios da administração, fazendo uma visita ao professor americano Robert Katz, o qual explica que existem três tipos de habilidades essenciais ao executivo: técnicas, humanas e conceituais.
Habilidades Técnicas: São essenciais para a utilização de atividades específicas nas organizações, como por exemplo finanças, controladoria, marketing de conteúdo, programação, logística e estoque. São sempre relacionadas a fazer algo bem-feito.
Habilidades Humanas: são relacionadas ao administrador ou à liderança, seja formal ou informal, utilizando-se de relacionamento interpessoal, influências, motivação, solução de conflitos, trabalho em equipe e comunicação. São sempre relacionadas ao ponto de buscar resultados por meio de pessoas.
Habilidades Conceituais: São essenciais do ponto de vista de direção, acadêmico e geração de conteúdo técnico para empresa ou organização, voltadas a teorias e ideias, muito valorizadas no ambiente criativo e em ambiente voltado ao planejamento de cenários estratégicos, desenho de novos mercados e produtos. São sempre voltadas ao pensar; ao raciocínio e à criação de novos caminhos e negócios.
Importante salientarmos que profissionais devem ter um equilíbrio com essas técnicas como uma régua na sua carreira executiva. Em minhas mentorias, encontro com relativa frequência profissionais tecnicamente desenvolvidos sofrendo para destacarem-se com competências humanas e vice-versa. Isso, porque temos algo que se chama “zona de conforto”. Temos que nos tirar dessa área para progredirmos no ambiente organizacional, principalmente se estivermos no papel de agente de mudanças, pois as pessoas dependem de nosso desempenho e liderança.
Abaixo, o diagrama conceitual de habilidades conforme o nível hierárquico necessita:
Nota-se que, quanto mais se sobe na escala hierárquica, maior é a necessidade das habilidades conceituais, e menor é a necessidade das habilidades técnicas, porém há algo que sempre fará parte da formação de todo executivo: se você for um CEO de origem financeira, por exemplo, sua base de números, “reports”, atitudes sempre serão uma fortaleza; por mais que seu tempo seja dividido com operações, marketing e vendas, sua base técnica de formação conceitual e técnica será finanças. Na prática, significa que deverá observar a formação de seu organograma e equipe de trabalho, pois provavelmente precisará de pessoas que complementem em seus pontos fracos, nesse exemplo, vendas. O reverso também é verdadeiro já que um CEO com perfil comercial normalmente precisa de CFO muito preparado e experiente para ser o alicerce de segurança e gerar a confiança necessária aos acionistas da empresa.
Tem algo que não mudará em nenhuma etapa da vida executiva, que é a habilidade de lidar e influenciar pessoas, logo se você tem ambição de crescimento mas possui problemas de relacionamento ou dificuldade de comunicação com tendência a muita técnica, provavelmente necessite desenvolver suas habilidades humanas com urgência, pois mais técnica fará com que você mergulhe mais no nível operacional e menos no nível estratégico, gerando frustração. E, na minha experiência executiva, já vi excelentes executivos que estudam demasiadamente, até com diversos MBA´s, chegarem a uma reunião de resultados ou na frente de um cliente e não conseguirem explicar seu trabalho belíssimo ficando com o sentimento de falta de reconhecimento, e a consequência quase sempre é a mesma: vou embora, porque não me reconhecem e, nesse caso, é mais um recomeço em suas carreiras.
Para o professor Idalberto Chiavenato, um dos grandes escritores de administração, o executivo deve ter três habilidades fundamentais para o sucesso empresarial: Conhecimento, Perspectiva e Atitude.
Conhecimento: todo executivo deve estar aprendendo em todo tempo. Isso significa não perder tempo com situações e pessoas que não valem a pena e não acrescentam à nossa formação executiva ou nada tem a contribuir com nosso propósito empresarial. Atualmente, temos Internet, e-book, Instagram, universidades on-line, EAD, lives e tantos outros mecanismos de conhecimento que estão disponíveis, logo não há motivos para não aprender o que é necessário para prosperar. É importante ter em mente o diagrama hierárquico de habilidades, porquanto ele será o norte da necessidade de conhecimento, pois o cuidado é não mergulhar na zona de conforto técnico, mas, sim, desafiar-se em novos conhecimentos para expandir sua visão de negócios.
Perspectiva: costumo dizer que quando não sabemos para onde ir, qualquer caminho serve, logo ter um propósito de direção, traçar metas claras e objetivas e trabalhar muito para alcançá-las é fundamental para o sucesso executivo.
Atitude: esse é o comportamento esperado de um vencedor, pois se você ficar sentado e aguardar o seu reconhecimento é a mesma coisa que dizer para vida levá-lo para outra pessoa, portanto nada de ficar deprimido ou chateado se as coisas não derem certo, pois é melhor sempre ser uma boa opção do que ficar apagado ou ressentido com situações formadas na empresa. Ter atitudes proativas faz toda diferença e são características de pessoas de sucesso.
Então, como uso minhas habilidades para criar um sucesso duradouro?
O desafio da gestão moderna passa por docilizarmos a ansiedade sem perder de vista a ambição. Isso significa dizer que é necessário aproveitar o momento no decorrer de uma carreira estável e crescente evoluindo o mindset da época da deferência para a época da influência.
Muitos executivos de sucesso se diferenciam nos detalhes, porém mantendo a atividade principal da empresa com eficiência e produtividade, sendo um importante agente de mudança rumo a melhores resultados operacionais, utilizando-se dos instrumentos de gestão para ser a bússola orientadora que guiará a empresa a mares azuis. Para isso, temos que pensar diferente do modelo tradicional “top down” e criar um ambiente colaborativo e motivador, onde o resultado seja uma via de mão dupla.
A época da influência traz grandes oportunidades para os executivos que chegam ao mercado com a mente aberta e com grandes ambições, principalmente aqueles que vieram do berço de madeira, ou seja, de origem humilde, pois criam a possibilidade de dar passos mais altos em um ambiente democrático, visto que desde sempre aprenderam a lidar com a escassez de recursos, e isso traz um diferencial competitivo no mundo dos negócios já que grandes líderes aprenderam a aplicá-la e ensinam-nos que a fórmula mágica do sucesso é: maximizar o máximo a margem de contribuição de produto por meio da diversificação de mix e trabalhar com o menor custo e despesa possíveis.
Adiciona-se alguns direcionamentos ao líder influente, por Jo Owen, em seu livro o Poder de um Líder, a saber:
- Preferem a confiança em vez da amizade e aliados em vez de amigos;
- Enxerga o mundo através dos olhos dos outros, não apenas dos seus próprios olhos;
- Oferece generosidade calculada: nem egoísmo nem abnegação completa;
- Possui ambição, mas não apenas para si;
- Começa pelo fim e se concentra nos resultados: nada de primeiro as primeiras coisas;
- Pode ser implacável e irracional, mas não injusto.
Acreditar que “Hoje posso fazer melhor que ontem!” é uma frase que apoia o executivo na longa escada de crescimento que tem pela frente, pois é necessário lutar todos os dias com o “vírus da negatividade”, haja vista que sua positividade é testada quando tudo ao seu lado não está dando certo; seu mundo pode até estar caindo, suas contas vencidas, cheque especial no vermelho, sua empresa não performando e problemas em família, ou seja, tudo parece dar errado. E nesse cenário, sempre aparece alguém com mais algum problema, e você sentindo aquela vontade de jogar tudo para cima e desistir.
É o caminho mais fácil…
Em momentos de tensão, o executivo é testado e sua atitude positiva é fundamental para traçar os pulos galopantes de crescimento de sua carreira e, até mesmo, de sua vida, pois é necessário que você mostre serenidade para extrair as melhores decisões, não deixando sentimentos passionais atrapalharem o seu desenvolvimento, pois o resultado poderá ser um novo recomeço e uma excelente oportunidade pode ter sido perdida.
Por fim, aproveitar o simples para fazer muito observando as oportunidades, como fez o empresário Geraldo Rufino, o qual saiu de catador de latinhas e hoje tem uma grande empresa no segmento de reciclagem:
… se você se considera bom mesmo e gosta de desafios, com certeza conseguirá transformar um degrau simples em grande cargo ou meganegócio
Max Schaefer – Diretor Executivo na Smart Boss – Gestão Estratégica para Negócios e Mentor de Empreendedores e Executivos